Many women have been forgotten by history. Over hundreds of years, leaders, scientists, artists, politics have been left out of the accounts. Which women were not allowed to (due) knowledge? Does this continue to happen today?
Many women have been forgotten by history. Their lives are not counted, their voices seem to be lost in the ether. They stayed on the sidelines. Over hundreds of years, leaders, scientists, artists, politicians, activists have been left out of historical accounts. Does this continue to happen today? When does this void end? Which women have not been allowed public (re) knowledge? Who are they and what have they done?
Margarida Tengarrinha, a communist activist who lived 20 years in hiding under various false identities, during the Portuguese dictatorship, is only found on Wikipedia on her husband's page. Maria Antónia Palla, renowned journalist, known for her work on abortion in the 1970s, until recently appeared only mentioned in the famous online collaborative encyclopedia on the pages of her husband and son (her page was created, however). There is also the case of Zillah Branco, a woman who survived three coups d'état - Brazil, Chile, and Portugal -, worked with Salvador Allende in agrarian reform and joined one of the post-dictatorial governments in Portugal and who, says brought from Chile to Portugal the cry “Soldier, friend, the people are with you”. There is only a brief mention on the husband's page.
Many women have been forgotten by history. Their stories are not told, their voices are unlikely to be heard. Many were left out by the subordinate condition attributed to them. Is this still happening today? Wikipedia appears to reflect a widespread and documented tendency to describe women through their relationships with men. And this void in the great free online encyclopedia is not only extremely difficult to fill, but it also makes it more difficult for journalists, researchers, curators, and citizens in general - as well as the artificial intelligence models that power the information present on Wikipedia - have knowledge of the work of these women.
When does this void end? Why does it exist, anyway? Which women have not been allowed public (re) knowledge? Who are they and what have they done?
We will listen to women who, unlike their male counterparts, have not seen their work and history recognized. Tell the life of the ignored in your time. Realize where, after all, these skewed lenses with which we see the world - and, in particular, what the role of Wikipedia in deepening these invisibilities. We want to understand how the largest free online encyclopedia works and how it deals with a recognized gender bias; deepen the reasons why this happens and what impacts it has on the way the stories of women who speak Portuguese are told.
Fumaça
Olá!
Olá!
Está a fazer três anos que viemos para a redação a pensar que, talvez, afinal, não éramos loucos. Tínhamos financiado a nossa campanha de crowdfunding e garantido que a redação recebia 21 768 euros para investigar três temas: Mulheres esquecidas, sobre mulheres que foram esquecidas e marginalizadas pela história; Bairros PERdidos, sobre o Programa Especial de Realojamento (PER) e os bairros de barracas; e Presos e Prisões, sobre o funcionamento dos estabelecimentos prisionais em Portugal.
Gostávamos de ter dar uma breve atualização e dizer-te o que estamos a fazer para cada uma destas investigações, que, como em todas as séries do Fumaça, levam e levarão alguns anos da conceção à publicação.
Presos e prisões
https://fumaca.pt/prisoes/
Há 12 mil pessoas presas em Portugal. Todos os anos, cinco mil saem, e cinco mil entram. Nesta investigação, procuramos o objetivo dessa reclusão, expomos as violências que encerra, e questionamos a sua eficácia.
465 pessoas doaram 9 543 euros.
Da campanha de crowdfunding, esta foi a investigação que começámos primeiro. Começámos este trabalho há cerca de dois anos e já temos mais de 110 horas de gravação. Neste momento, é nisto que estamos a trabalhar:
- A transcrever as entrevistas que já fizemos a pessoas reclusas, suas amigas e familiares, para perceber que perguntas levamos para dentro dos estabelecimentos prisionais;
- A entrevistar técnicos superiores de reeducação, guardas prisionais e profissionais de saúde que trabalham para a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, no interior e exterior das prisões;
- A ler sobre a história do sistema prisional português, e a preparar entrevistas que a explorem;
- A consultar os processos judiciais que acompanham casos específicos de possíveis abusos que temos seguido nos últimos anos.
- Temos publicado várias das entrevistas que gravámos para preparar esta série, ainda sem previsão de lançamento.
Mulheres esquecidas
https://fumaca.pt/mulheres-esquecidas/
Ao longo de centenas de anos, mulheres ficaram à margem dos relatos históricos. As suas vidas, mais ou menos públicas, ficaram por contar. O género está intrinsecamente ligado do ato de ser esquecida ou marginalizada pela História. Quando termina este vazio? A que mulheres não se permitiu o devido (re)conhecimento público? Quem são e o que fizeram?
300 pessoas doaram 6 034 euros.
Arrancamos com esta investigação no ano passado, mas foi apenas nos últimos meses que lhe dedicámos mais tempo. Em vez do formato habitual de série, decidimos contar várias histórias que vamos publicando ao longo do tempo. Neste momento, é nisto que andamos a trabalhar:
- Estamos a trabalhar em parceria com a Cassandra, uma estrutura de criação artística, para uma reportagem sobre trabalho doméstico (já gravámos duas das três entrevistas que planeamos);
- Estamos a ler “O tempo das criadas”, de Inês Brasão, e “Revolting Prostitutes – The Fight for Sex Workers’ Rights”, de Juno Mac e Molly Smith;
- Estamos a acompanhar o coletivo Manas, em Lisboa, e a trabalhar numa reportagem sobre a comunidade que mantêm;
- Começamos as transcrições das horas que já gravámos.
- Previsão de lançamento da primeira peça: 2024
O trabalho sobre o PER e bairros sociais ainda não começou. Temos uma equipa pequena e recursos reduzidos, de momento focados na série sobre policiamento que desde 2018 preparamos com a revista digital Divergente (https://fumaca.pt/as-policias-em-portugal/). Enquanto não a lançarmos, idealmente no próximo ano, não nos conseguiremos debruçar sobre os Bairros PERdidos, para que 237 pessoas doaram 6 191 euros. Até lá, podemos prometer-te que não nos esquecemos.
Obrigada pelo apoio e por continuares desse lado.
Um abraço,
Equipa Fumaça
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Fumaça
Conseguimos, e agora?
Olá,
Ontem terminamos a nossa campanha de crowdfunding para três investigações: Bairros PERdidos; Presos e Prisôes - Com que Direito?; e Mulheres Esquecidas - Um ar que se lhes deu. Todas atingiram os objetivos de financiamento, num total de 21 748€ angariados.
Durante os próximos tempos vamos trabalhar estes três temas, e prometemos ir deixando atualizações regulares sobre o estado das séries. Mas a melhor forma de saberem o que é que andamos a fazer depois desta campanha é subscrever a nossa newsletter: https://fumaca.pt/subscrever/.
Pode ser que encontrem outros trabalhos interessantes e decidam entrar na Comunidade Fumaça e tornar-se também contribuidores mensais (https://fumaca.pt/contribuir/).
Um abraço, e até já.
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