Mulheres Esquecidas: Um ar que se lhes deu
Fumaça

Mulheres Esquecidas: Um ar que se lhes deu

Muitas mulheres têm sido esquecidas pela História. Ao longo de centenas de anos, líderes, cientistas, artistas, políticas ficaram à margem dos relatos. A que mulheres não se per...

  • 6034

    angariado

    112% de 5 400€

    300 apoiantes

  • 10/08/2020

    Terminado a

  • Financiado

    Esta campanha foi totalmente financiada

Muitas mulheres têm sido esquecidas pela História. Ao longo de centenas de anos, líderes, cientistas, artistas, políticas ficaram à margem dos relatos. A que mulheres não se permitiu o devido (re)conhecimento? Isso continua a acontecer, hoje?

Muitas mulheres têm sido esquecidas pela História. As suas vidas não são contadas, as suas vozes parecem perder-se no éter. Ficaram à margem. Ao longo de centenas de anos, líderes, cientistas, artistas, políticas, ativistas ficaram à margem dos relatos históricos. Será que isso continua a acontecer, hoje? Quando termina este vazio? A que mulheres não se permitiu o devido (re)conhecimento público? Quem são e o que fizeram?

Margarida Tengarrinha, militante comunista que viveu 20 anos na clandestinidade sob várias identidades falsas, durante a ditadura portuguesa, só é encontrada na Wikipédia na página do marido. Maria Antónia Palla, conceituada jornalista, conhecida pelo seu trabalho sobre o aborto na década de 70, até recentemente só aparecia mencionada na famosa enciclopédia colaborativa online nas páginas do marido e filho (a sua página foi criada, entretanto). Há ainda o caso de Zillah Branco, uma mulher que sobreviveu a três golpes de Estado – Brasil, Chile, e Portugal –, trabalhou com Salvador Allende na reforma agrária e se juntou a um dos governos pós-ditatoriais em Portugal e que, conta a própria, trouxe do Chile para Portugal o grito “Soldado, amigo, o povo está contigo”. Tem apenas uma breve menção na página do marido. 

Muitas mulheres têm sido esquecidas pela História. As suas histórias não são contadas, as suas vozes dificilmente serão ouvidas. Muitas ficaram à margem pela condição subalterna que lhes foi atribuída. Isto continua a acontecer hoje? A Wikipédia parece refletir uma tendência generalizada e documentada de descrever as mulheres através das suas relações com os homens. E este vazio na grande enciclopédia online gratuita é, não só, extremamente difícil de preencher, mas, também, faz com que seja mais difícil para jornalistas, investigadores, curadores, e cidadãos em geral – assim como aos modelos de inteligência artificial que alimentam a informação presente na Wikipédia – terem conhecimento do trabalho dessas mulheres.

Quando termina este vazio? Porque existe, afinal? A que mulheres não se permitiu o devido (re)conhecimento público? Quem são e o que fizeram?

Vamos ouvir mulheres que, ao contrário dos seus pares masculinos, não viram o seu trabalho e história reconhecidos. Contar a vida das ignoradas no seu tempo. Perceber de onde vêm, afinal, estas lentes enviesadas com que vemos o mundo – e, em especial, qual o papel da Wikipédia no aprofundamento destas invisibilidades. Queremos perceber como funciona a maior enciclopédia gratuita online e como lida com um reconhecido enviesamento de género; aprofundar as razões pelas quais isto acontece e que impactos tem na maneira como são contadas as histórias das mulheres que falam português.

Sobre o promotor

O Fumaça é um projeto de jornalismo independente, progressista e dissidente.

Somos independentes, porque as nossas escolhas editoriais dependem do interesse próprio da redacção. Baliza-nos o nosso estatuto editorial e a certeza de que é a redacção que decide os destinos da publicação.

Somos progressistas, porque acreditamos no progresso social, na universalidade dos Direitos Humanos, efetivamente assegurados, assim como na ideia de que todas as pessoas devem ter as suas necessidades básicas garantidas.

Somos dissidentes, porque entendemos que há outras narrativas mediáticas para apresentar, que há mais mundo, outras histórias e perspetivas para mostrar, vozes diferentes para ouvir. Interessa-nos falar com quem tem menos espaço.

Não somos pés de microfone dos poderes instalados e assumimo-nos como um meio contra-poder. Queremos descodificar os processos e estruturas formais e informais da Democracia representativa em que vivemos: questionar as decisões tomadas, responsabilizar quem as toma e escrutinar as pessoas que mandam e atuam no sistema político-partidário.

Orçamento e Calendarização

O orçamento total pedido permitirá que um jornalista trabalhe durante dois meses apenas nesta investigação, e que possa ser acompanhado por um outro jornalista a tempo parcial. Desde o início do processo, um engenheiro de som ajudará a construir a narrativa áudio, vai editar e misturar o áudio, compor banda sonora original e dar forma à reportagem.

Jornalista, dois meses: 3600€
Jornalista, duas semanas: 900€
Engenheiro de som, duas semanas: 900€
Total: 5400€

  • Apoia com
    5€ ou mais

    Acesso a todos os documentos

    Ter acesso a todos os documentos e rascunhos que usamos para preparar a investigação.

    189 apoiantes

  • Apoia com
    20€ ou mais

    Acesso a todos os documentos e arquivos

    Ter acesso a todos os documentos e rascunhos que usamos para preparar a investigação. Possibilidade de dar feedback e comentários durante a investigação.

    87 apoiantes

  • Apoia com
    80€ ou mais

    Acesso a um workshop

    Acesso à investigação enquanto está a ser feita. Acesso grátis a um dos nossos workshops sobre: como fazer um podcast, marketing, edição de som, edição de vídeo, língua árabe ou outro

    15 apoiantes

  • Apoia com
    1000€ ou mais

    Doador principal

    Participação na edição de grupo da reportagem final com a equipa Fumaça. Cartaz ou fotografia referente à investigação assinada pela equipa Fumaça. Menção especial no nosso site (opcional).

    1 apoiante

Qua, 20/11/2024 - 09:28

Qua, 13/09/2023 - 16:53

Olá!

Olá! Está a fazer três anos que viemos para a redação a pensar que, talvez, afinal, não éramos loucos. Tínhamos financiado a nossa campanha de crowdfunding e garantido que a...

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Qua, 12/08/2020 - 15:13

Pagamento concluído

Os fundos angariados foram transferidos para o promotor

Ter, 11/08/2020 - 11:37

Conseguimos, e agora?

Olá, Ontem terminamos a nossa campanha de crowdfunding para três investigações: Bairros PERdidos; Presos e Prisôes - Com que Direito?; e Mulheres Esquecidas - Um ar que se lh...

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10/08/2020

Campanha terminou

Os fundos foram totalmente angariados com sucesso

Sex, 07/08/2020 - 18:56

100% alcançado

CONSEGUIMOS! A campanha alcançou a totalidade do objectivo mas pode continuar a angariar fundos

Qui, 06/08/2020 - 10:02

50% alcançado

A campanha reuniu metade do objectivo. O copo está agora mais cheio do que vazio ;)

Ter, 03/03/2020 - 10:33

Primeiros cinco apoiantes

Reunimos os primeiros cinco apoiantes. Força!

Lançamento da campanha

02/03/2020

Junta-te a nós para poderes participar nesta campanha. Criar conta

  • Fumaça

    Olá!

    Olá!

    Está a fazer três anos que viemos para a redação a pensar que, talvez, afinal, não éramos loucos. Tínhamos financiado a nossa campanha de crowdfunding e garantido que a redação recebia 21 768 euros para investigar três temas: Mulheres esquecidas, sobre mulheres que foram esquecidas e marginalizadas pela história; Bairros PERdidos, sobre o Programa Especial de Realojamento (PER) e os bairros de barracas; e Presos e Prisões, sobre o funcionamento dos estabelecimentos prisionais em Portugal.

    Gostávamos de ter dar uma breve atualização e dizer-te o que estamos a fazer para cada uma destas investigações, que, como em todas as séries do Fumaça, levam e levarão alguns anos da conceção à publicação.

    Presos e prisões
    https://fumaca.pt/prisoes/

    Há 12 mil pessoas presas em Portugal. Todos os anos, cinco mil saem, e cinco mil entram. Nesta investigação, procuramos o objetivo dessa reclusão, expomos as violências que encerra, e questionamos a sua eficácia.

    465 pessoas doaram 9 543 euros.

    Da campanha de crowdfunding, esta foi a investigação que começámos primeiro. Começámos este trabalho há cerca de dois anos e já temos mais de 110 horas de gravação. Neste momento, é nisto que estamos a trabalhar:
    - A transcrever as entrevistas que já fizemos a pessoas reclusas, suas amigas e familiares, para perceber que perguntas levamos para dentro dos estabelecimentos prisionais;
    - A entrevistar técnicos superiores de reeducação, guardas prisionais e profissionais de saúde que trabalham para a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, no interior e exterior das prisões;
    - A ler sobre a história do sistema prisional português, e a preparar entrevistas que a explorem;
    - A consultar os processos judiciais que acompanham casos específicos de possíveis abusos que temos seguido nos últimos anos.
    - Temos publicado várias das entrevistas que gravámos para preparar esta série, ainda sem previsão de lançamento.

    Mulheres esquecidas
    https://fumaca.pt/mulheres-esquecidas/

    Ao longo de centenas de anos, mulheres ficaram à margem dos relatos históricos. As suas vidas, mais ou menos públicas, ficaram por contar. O género está intrinsecamente ligado do ato de ser esquecida ou marginalizada pela História. Quando termina este vazio? A que mulheres não se permitiu o devido (re)conhecimento público? Quem são e o que fizeram?

    300 pessoas doaram 6 034 euros.

    Arrancamos com esta investigação no ano passado, mas foi apenas nos últimos meses que lhe dedicámos mais tempo. Em vez do formato habitual de série, decidimos contar várias histórias que vamos publicando ao longo do tempo. Neste momento, é nisto que andamos a trabalhar:
    - Estamos a trabalhar em parceria com a Cassandra, uma estrutura de criação artística, para uma reportagem sobre trabalho doméstico (já gravámos duas das três entrevistas que planeamos);
    - Estamos a ler “O tempo das criadas”, de Inês Brasão, e “Revolting Prostitutes – The Fight for Sex Workers’ Rights”, de Juno Mac e Molly Smith;
    - Estamos a acompanhar o coletivo Manas, em Lisboa, e a trabalhar numa reportagem sobre a comunidade que mantêm;
    - Começamos as transcrições das horas que já gravámos.
    - Previsão de lançamento da primeira peça: 2024

    O trabalho sobre o PER e bairros sociais ainda não começou. Temos uma equipa pequena e recursos reduzidos, de momento focados na série sobre policiamento que desde 2018 preparamos com a revista digital Divergente (https://fumaca.pt/as-policias-em-portugal/). Enquanto não a lançarmos, idealmente no próximo ano, não nos conseguiremos debruçar sobre os Bairros PERdidos, para que 237 pessoas doaram 6 191 euros. Até lá, podemos prometer-te que não nos esquecemos.

    Obrigada pelo apoio e por continuares desse lado.

    Um abraço,
    Equipa Fumaça

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  • Fumaça

    Conseguimos, e agora?

    Olá,

    Ontem terminamos a nossa campanha de crowdfunding para três investigações: Bairros PERdidos; Presos e Prisôes - Com que Direito?; e Mulheres Esquecidas - Um ar que se lhes deu. Todas atingiram os objetivos de financiamento, num total de 21 748€ angariados.

    Durante os próximos tempos vamos trabalhar estes três temas, e prometemos ir deixando atualizações regulares sobre o estado das séries. Mas a melhor forma de saberem o que é que andamos a fazer depois desta campanha é subscrever a nossa newsletter: https://fumaca.pt/subscrever/.

    Pode ser que encontrem outros trabalhos interessantes e decidam entrar na Comunidade Fumaça e tornar-se também contribuidores mensais (https://fumaca.pt/contribuir/).

    Um abraço, e até já.

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