Em 1975, a minha mãe comprou um Mini. Encontrei-o no ano passado. Acredito que esta plataforma irá ajudar-me a que a minha mãe possa voltar a conduzir, pelo menos mais uma vez, aquele que foi um dia o seu carro. Ajudam-me a realizar este desejo?
Estávamos em pleno verão quente. Pelas temperaturas, mas também pelo ambiente político. A revolução tinha feito pouco mais de um ano e Portugal aguardava pelas primeiras eleições livres que só teriam lugar em Abril de 1976. Nesse ano, nesse Verão, o então primeiro-ministro Vasco Gonçalves decide dar, com retroactivos, aumentos generosos a todos os funcionários públicos. Uma decisão que permitiu que a minha mãe pudesse ter, finalmente, o seu primeiro caro. Um Mini, pois então.
A publicidade era também um conceito de pura descoberta e, se não estou em erro, data também desta altura o famoso slogan “é tão giro ter um Mini”. E giro foi.
O Mini, o AT-14-73, comprado num stand do Porto com poucos dias de matrícula, foi um carro épico. Foi revistado pelas tropas do Copcon na Calçada de Carriche, desceu escadas em Braga, foi roubado várias vezes nos seus piscas na garagem lá de casa por uns miúdos que achavam graça aos tons laranja do material, esteve quase a tomar banho na praia na Ericeira, bateu e foi batido. A tudo resistiu! Era um tanque!!!
O Mini esteve na família durante longos anos até que a troca se impôs. Uma má troca, se bem me recordo. Trocou-se o que seria um futuro clássico por um Mini Metro, que nunca foi a mesma coisa. Como quando caímos no erro de achar que é uma boa ideia convidar o amigo bêbado para o jantar formal lá de casa só porque ele diz umas piadas divertidas quando está com os copos.
Entretanto, os anos passaram e a recordação do carro ainda perdura. Como a vida tem destas coisas, quis o destino que no ano passado reencontrasse o Mini. Estava em Faro e combinei com o dono se, quando este o quisesse vender, me informasse.
Esse telefonema chegou. A vontade de ter o carro mantém-se, mas o dinheiro não. E daí o meu apelo nesta plataforma de crowdfunding. O meu pai não acredita que é possível mas acho que a minha mãe tem a secreta esperança de voltar a conduzir, pelo menos mais uma vez, aquele que foi um dia o seu carro. Ajudam-me a realizar este desejo?
Francisco Mota Ferreira
Apoios da campanha!
Quero aqui agradecer o início… já só falta 99%. Obrigado Sandra e obrigado anónimo(a). :)
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