Livros de Ontem tem o prazer de lhe apresentar "A morte contada", um livro de contos da autoria de Cidália Carvalho.
"A proximidade da morte tem no ser humano um efeito de viveiro - cria e reproduz estados de alma. Abandono, ausência, perda, tristeza, saudade, solução, resignação, dor, tudo isto e o mais que aqui não é dito, sentimos em presença da morte. Eu, sem peneiras o admito, acrescento com enfase, que a morte me causa dúvidas e ansiedade.
Sendo o tema plangente e soturno, o que motivou a autora a escrever e a reunir todas estas histórias à volta da morte? A vida. Albert Camus diz que “Existe apenas um único problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida significa responder à questão fundamental da filosofia”. Não tive em conta e até perdi de vista este pensamento, mas admito que ele encerre a resposta à motivação para a existência destes textos. Vale a pena pensar na morte para balancear a vida. No texto Águas calmas e Prateadas,a sobrevivente da tentativa de suicido descobriu a vida depois de quase ter morrido. Penso, no entanto, que é redutor colocar apenas o suicídio nesta questão filosófica, pensar a morte em geral, nas suas diversas formas, doença, violência, solidão, pode ajudar-nos a validar a vida.
Do que sabemos - mas o que sabemos nós - a morte é um estado permanente e irreversível, ficamos presos a esse estado para todo o sempre e no entanto para a mulher de Um pouco mais, a morte foi libertadora.
Em criança engendrava esquemas de esconde-esconde, convencida de que poderia enganá-la e escapar à minha hora quando ela chegasse, ingenuidade que transporto para “a Enlutada”.
Em Quem é linda quem é? os amantes são separados pela morte contrariando o meu entendimento de que o amor é invencível. Mas, apesar da separação, estará o amor condenado a morrer com a mulher doente?"
NOTA:O livro terá o valor de 11€ durante a campanha de crowdfunding e de 13€ após o fecho da mesma.
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Uma publicação Livros de Ontem.
Texto de Cidália Carvalho.
Edição e revisão de João Batista | Livros de Ontem.
Projecto gráfico de Nádia Amante | Livros de Ontem.
1ª edição limitada a 200 exemplares.
Todos os exemplares são numerados e assinados.
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Sobre o promotor
Não se detenham nesta página aqueles a quem não interesso. Não lhes levo a mal se a virarem e passarem à seguinte, compreendo-os. O que poderá haver em mim ou de mim que lhes interesse?
É sabida a data do meu nascimento, há muito que fiz meio século, a da minha morte ninguém arrisca saber, por enquanto. Entre uma e outra o tempo pertence-me, os dias são meus, uso-os como bem entendo e que ninguém me diga como os devo viver - não os ouviria.
A casa é o meu lugar seguro aonde gosto de regressar depois de cada ausência. A família e os amigos são a certeza de nunca estar só, é deles que me socorro quando tudo o resto falha.
Muito nova, comecei uma vida divagante, tive que abandonar o lugarejo onde nasci, do outro lado do Marão, para a grande cidade. Ficou-me desde então uma visão romântica da vida na aldeia e isso passa para os textos que escrevo.
Ainda não cheguei ao nível superior de amar aqueles que me odeiam, pairo na camada mediana de dar na medida em que recebo.
No liceu, uma professora de Português, convenceu-me de que tinha jeito para redações. De ego massajado, estiquei o elogio, estiquei-o tanto que me atrevo a escrever linhas além das redações.
Escrever não é um propósito é uma urgência. O cérebro pensa em palavras que se multiplicam e se atropelam em movimentos descoordenados e sem direção, o coração palpita e quer fazer-se ouvir. Escrevo. E é então que as palavras soltas e os gritos murmurados do meu íntimo ganham ideia e corpo. Após isso, novamente a tranquilidade.
Espantam-me as coisas simples. Admiro o que é naturalmente belo. Quando os poros se abrem para receberem o aroma das flores, quando as formas e cores intrigantes da natureza me convidam à contemplação e me obrigam a travar o ritmo frenético do dia a dia, quando o murmurar dos rios me embala, quando o barulhar das ondas do mar me levam para outros lugares, quando as pálpebras descaem e me escondem o mundo exterior, e nesse recolhimento sinto mais intensamente a brisa fresca das manhãs ou quente das noites de verão, quando a melodia musical me eleva e revela o que de melhor há em mim, isso não é romantismo ou lamechice, isso, é a vida que me invade e eu rendo-me a essa invasão.
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