Promovemos a inclusão de crianças africanas e afrodescendentes, a partir da criação de heróis que as representam
Esta é uma história com a qual eu sonhei toda a minha infância: uma aventura protagonizada por heróis e heroínas que se parecessem comigo. Fosse na textura do cabelo, no tom da pele ou nas feições. Mas todos os livros que lia acabavam por criar em mim a convicção de que eu não tinha lugar no mundo dos superpoderes. E, quanto mais páginas eu folheava, mais evidente se tornava o meu “não lugar”. Afinal, como pertencer quando essa pertença é excluída da narrativa?
À medida que fui crescendo, essa invisibilidade transferiu-se dos livros para os cargos de liderança e influência, para a televisão, o cinema e tantas outras áreas deficitárias de diversidade, fenómeno que hoje considero ser indissociável dessa ausência e esvaziamento precoce do direito ao sonho.
A partir desta vivência, decidi criar histórias que promovam o empoderamento de crianças como eu, abrindo-lhes espaço para celebrarem as suas raízes e sonharem sem limites.
Para além da construção de personagens com os quais as crianças negras se podem identificar - favorecendo a sua autoestima e sentimento de integração -, a coleção, que aqui se inaugura, permite que todas as crianças incluam no seu imaginário heróis e heroínas étnica e racialmente diferentes, desencorajando atitudes de superioridade de uns sobre os outros.
Neste processo, mais do que apresentar fenótipos invariavelmente excluídos da narrativa, como a pele escura ou o cabelo afro, a Força Africana introduz traços que valorizam a cultura de África, através da partilha de informações positivas sobre o “continente berço” da Humanidade.
Com destaque para as referências a Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, os países de origem dos cinco personagens principais da Força Africana: Nzinga, Crioulo, Bijagós, Macua e Cacau.
O primeiro livro da Força Africana, que tem por título “O Sol desapareceu. Será que foi roubado?”, está escrito, ilustrado e paginado, percurso realizado de forma independente ao longo dos últimos meses. Agora só falta mesmo avançar com a publicação dos primeiros exemplares, processo que será efetuado através de uma pequena editora, a Nimba Edições, com um custo de impressão que pretendemos cobrir com esta campanha. A vossa participação é fundamental para concluir esta história, e trazer mais diversidade às leituras das nossas crianças.
Contribuam com o valor que puderem, aproveitem a oportunidade de adquirir o livro a um preço promocional e desfrutem das recompensas. Contamos com todos para apoiar e divulgar esta campanha!
Juntos temos o poder de mostrar que somos todos super-heróis.
Paula Cardoso
Nunca se viveu nada assim!
Olá, apoiantes,
Georgina Angélica, Sandra Henriques, Catarina Cristão, Vanessa Sanches, Mónica Gregório, Catarina Cerdeira Abreu e anónimos!
Gratidão por estarem aí desse lado, e por terem aceitado embarcar nesta aventura da Força Africana. Como forma de agradecimento, partilhamos convosco um pedaço do início da nossa primeira história.
Começa assim: "Há sete dias, 20 horas, 10 minutos e 11 segundos que não se fala noutra coisa em todo o mundo. (...) Nas notícias, as palavras são sempre as mesmas, como se não houvesse mais nada para contar. Até pela internet não se clica noutra coisa. Nunca se viveu nada assim!".
O que será? Haverá aqui alguma semelhança com a realidade que estamos a enfrentar?
No final desta história, garantimos que o Sol vai voltar a brilhar, e mais radioso do que nunca. Isto graças ao contributo de todos. Porque juntos somos mais fortes!
Obrigada a todos!
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