Os “Kuduristas da Caparica” são um grupo informal de pessoas que dançam Kuduro & Afro House com o objetivo de combater o isolamento e solidão, à janela dos que mais precisam. Agora, querem chegar mais além!
Os “Kuduristas da Caparica" by Miguel Graça são um grupo informal de pessoas que dançam Kuduro & Afro House às janelas dos "Avós" da sua comunidade, no concelho de Almada, dedicando ritmos aos que mais precisam. Criado muito recentemente, em Janeiro de 2021, o grupo e projeto têm como objetivo transformar o mundo a partir da dança, mas para isso precisam de ir mais além: queremos chegar a mais janelas de Portugal!
O isolamento social e a solidão são problemáticas bastante atuais, principalmente em tempos de pandemia e obrigatoriedade de confinamento. Provavelmente, a população idosa é a mais afetada por esta nova realidade e o grupo jamais ficou indiferente a este facto. Unidos pelas suas forças e saberes, começaram a dançar para os “avós” do seu território, dando também movimento às redes e integrando um projeto já existente chamado “Não estamos sós”, promovido pelo Centro Social da Trafaria (Santa Casa da Misericórdia de Almada).
Rebentou! Os Kuduristas da Caparica começaram a fazer “visitas à janela” no dia 18 de Janeiro e o resultado tem sido incrível: em menos de uma semana, estas ações fizeram duplicar o número de “vovós” da lista (de quatro, passaram a oito janelas); adicionar novos “espectadores” à mesma, os seus vizinhos; e ser alvo de mais de 200.000 visualizações dos seus vídeos na internet!
O objetivo a curto prazo (3 meses) é aumentar ainda mais a rede de "kuduristas do coração", multiplicando assim o impacto e alcance deste projeto. Associando a dança a um propósito muito concreto - o combate ao isolamento e solidão da pessoa idosa -, a experiência tem-nos demonstrado que uns passinhos de dança podem mesmo alegrar e mudar o dia das pessoas, mas para isso é importante crescer, ser um grupo ainda maior e chegarmos a mais localidades.
Através de performances de dança porta a porta, de forma segura e responsável, os Kuduristas da Caparica prometem meter Portugal a mexer, dar ritmo à promoção do envelhecimento ativo, dos encontros intergeracionais, da arte, inclusão social, interculturalidade e participação comunitária através de Kuduro nos pés e muito ritmo no coração! Contamos contigo para esta dança?
Sobre o promotor
O Miguel, a Joana, a Diana, a Rafaela e o Gonçalo são pessoas totalmente diferentes, mas todos iguais no que toca ao seu amor pela dança e causas sociais. Todos moram na margem sul do Tejo, alguns já eram amigos e outros só se conheceram por causa da dança.
O Kudurista Miguel é o instrutor e coreógrafo do grupo. Tem 25 anos, uma energia contagiante e dança Kuduro desde pequeno. Nasceu em Portugal, mas é de origem São Tomense.
A Kudurista Joana, com 33 anos, trabalha na área do desenvolvimento comunitário e da inovação social há mais de dez anos e sempre gostou de criar e fazer coisas “fora da caixa”. Nunca imaginou ser aprendiz de Kuduro & Afro House, mas a verdade é que em Setembro de 2020 alinhou nessa aventura com a Diana.
A Kudurista Diana, com 32 anos, é bolseira de investigação em Ciências da Arte e eventualmente a maior dançarina de todos os aprendizes da turma da Caparica. Dança flamenco e este ano também vai começar a sua jornada no rancho folclórico!
A Kudurista Rafaela tem 34 anos, é Psicóloga de formação, professora de inglês e mãe do Victor. Trouxe o ritmo do samba nos pés, do Brasil até Portugal, mas o Kuduro trocou-lhe as voltas!
Já o Kudurista Gonçalo é o caçula do grupo! Com 24 anos, é animador turístico, foi nadador salvador, é apaixonado por relações humanas e o Kudurista mais “entendido das redes”. O vídeo que viralizou foi filmado por ele!
Os Kuduristas Diana, Gonçalo e Joana já colaboravam numa iniciativa de turismo de base comunitária, na Trafaria. Uma das atividades que desenvolviam era as “Avós do Mar”, uma experiência de culinária, em parceria com o Centro Social da Trafaria (CST-SCMA), cujo objetivo é promover o envelhecimento ativo através do turismo.
Até à chegada da pandemia, tudo parecia perfeito, mas não. Perante a obrigatoriedade de irmos para casa, o Gonçalo e a Joana voluntariaram-se para integrar o projeto “Não estamos sós”, uma iniciativa promovida pelo CST, que consistia em visitas ao domicílio aos “avós”.
Se o COVID não tivesse chegado, eventualmente a nossa disponibilidade seria outra e o Kuduro não teria aparecido na vida do grupo! Foi a impossibilidade de trabalhar presencialmente, bem como o atraso inevitável nos seus projetos individuais, que permitiram o encontro dos “Kuduristas da Caparica”.
As aulas de Kuduro & Afro House começaram em Setembro de 2020, na Costa da Caparica e entretanto chegou a Rafaela, o Gonçalo e outros alunos. Em Janeiro de 2021, com o novo confinamento obrigatório, o Centro de Dia voltou a fechar portas e os idosos viram-se obrigados a regressar a casa. Assim, o projeto “não estamos sós” voltou a fazer sentido, mas desta vez a proposta foi outra: em vez de simples conversas, porque não levar a dança até às janelas?