Muito mais do que um simples livro de arte bonito, esta obra é uma homenagem, fotográfica e literária, aos agricultores de subsistência (neste caso, do açaí), que vivem longe dos holofotes mas que garantem 80% dos alimentos consumidos no mundo.
O PROJETO
Se queremos falar sobre a conservação do planeta, do meio ambiente e das florestas, temos de falar sobre o fortalecimento dos povos que habitam e sobrevivem dessas mesmas florestas e que necessitam de ver assegurados meios de subsistência dignos.
Neste projeto focamos ainda mais o nosso olhar para ir ao encontro dos pequenos agricultores extrativistas, na sua maioria pertencentes aos povos indígenas e comunidades locais (PICLs). Esses grupos desempenham um papel crucial na preservação e administração das florestas, tarefa que desempenham há gerações, mantendo o equilíbrio entre o homem e a natureza. A sua contribuição é essencial para a proteção dos ecossistemas e para a prevenção do desmatamento, elementos-chave na luta contra as alterações climáticas.
Esses "Povos da Floresta" (IPLCs) podem representar mais de 370 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da IWGIA (2015). De acordo com a FAO, eles são responsáveis pela gestão de 28% da superfície terrestre, desempenhando um papel vital na conservação da biodiversidade e no uso sustentável dos recursos naturais. O conhecimento indígena, profundamente enraizado em sistemas alimentares tradicionais, tem um potencial inestimável para resolver alguns dos maiores desafios ambientais e sociais que enfrentamos atualmente.
EXISTEM "GUARDIÕES" EM TODO O PLANETA E SUAS HISTÓRIAS DEVEM SER CONTADAS.
Queremos que os “Guardiões do Planeta” venham a ser uma coletânea de livros que contam as histórias desses povos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Cada volume da coleção será dedicado a um grupo específico de pessoas que, embora muitas vezes invisíveis aos olhos da sociedade global, carregam saberes ancestrais transmitidos de geração em geração. Estas adaptam-se às adversidades ao seu redor, preservando formas tradicionais de cultivo, pastoreio do gado e práticas comunitárias que promovem o bem-estar coletivo e a sustentabilidade.
O nosso objetivo é capturar essas histórias e celebrar a diversidade e a resiliência dos povos que mantêm vivas as tradições que conectam o ser humano à terra, ao meio ambiente e às suas raízes. O primeiro livro da série foca-se nos extrativistas de açaí que vivem em contexto amazônico, mas outros virão, revelando a riqueza cultural e o impacto global dos povos indígenas e comunidades tradicionais na preservação do nosso planeta.
A receita obtida com a venda dos livros irá reverter na totalidade a favor de dois projectos sociais:
- Espaço t, ONG portuguesa, com inúmeros projectos e iniciativas e que se centra em duas áreas distintas: Mudança Individual (enquadramento do indivíduo em atividades artístico-culturais e/ou formativas, de modo a estimular as capacidades expressivas e desenvolver o investimento em si próprio) e mudança Social (promover a mudança social com vista à aceitação da diferença pela sociedade, utilizando para isso a cultura Espaço t). Trabalham com populações mais vulneráveis, nomeadamente na área da deficiência e das dependências.
- Instituto Anjos Digitais, uma ONG brasileira dedicada à literacia e inclusão digitais, para a transformação social por meio da educação. Têm por missão transformar vidas por meio da educação e da inclusão digital, com o objetivo de diminuir as diferenças sociais e culturais que permanecem ainda hoje na sociedade. A presidente e fundadora do Instituto, Rossana Moura, foi uma das colaboradoras na missão que permitiu a realização do espólio fotográfico do livro, e como tal é uma profunda conhecedora não só da região em causa, mas sobretudo das necessidades em campo. Fortes ações de capacitação digital são direcionadas para as mulheres ribeirinhas que apoiam a atividade do extrativismo, ajudando na economia doméstica.