Ajudem a minha filha a continuar a ir ás consultas.
Apresentação
Olá, chamo-me Marisa Gaspar, tenho 32 anos, vivo em Montalvo, concelho de Constância, distrito de Santarém, sou auxiliar de lar na Santa Casa da Misericórdia de Constância.
Gravidez e Nascimento da Beatriz
Há 6 anos fui mãe de uma menina que se chama Beatriz, toda a gravidez estava a correr bem até que ás 36 semanas + 6 dias, no dia 11 de Agosto de 2018 acordei cheia de contrações e tive de ir para a urgência de obstetrícia do Hospital de Abrantes, onde fui prontamente assistida e acompanhada, fiz vários exames que eram necessários, como CTG, o chamado "toque",... e tive todo dia em observação, até que a médica depois do almoço veio observar-me e resolveu fazer-me uma cesariana de urgência porque as contrações continuavam a aumentar e a dilatação também, teve de ser de cesariana porque a Beatriz estava sentada e porque nasceu antes do tempo acabar.
Às 20:29h do dia 11 de Agosto de 2018 nasceu a Beatriz, com 2,075kg e 43,5cm aparentemente nasceu saudável e bem de saúde.
Primeiros Problemas de Saúde
Mas infelizmente o pesadelo veio depois, quando lhe fizeram os testes dos ouvidos e ouvido direito nunca passava nos testes, tinha as plaquetas muito baixas do que o normal, assim que tiravam o sangue para fazer análises, o sangue coagulava logo.... havia alguma coisa que não estava bem, nesses 5 dias que a Beatriz esteve na incubadora, sim porque como nasceu antes do tempo e tinha um pouco de ecterícia teve de ir para a incubadora, era-lhe recolhido sangue para análises e fazia vários testes e exames para descobrir o que ela tinha,e neste tempo o hospital de Abrantes estava em contacto com o Hospital da Estefânia para juntos tentarem descobrir o que a Beatriz tinha.
Transferência para o Hospital Dona Estefânia
No 5º dia de vida a Beatriz foi transferida para o Hospital Dona Estefânia em Lisboa, ficou internada nos cuidados intensivos de neonatologia, onde foram feitos vários exames, análises.... A Beatriz nasceu com Citomegalovírus Congénito (vírus da família dos herpes) que eu apanhei no final da gravidez sem saber como, porque sempre tive cuidado e nunca tive sintomas.
E esse vírus provocou-lhe várias sequelas, a pior e irreversível sequela que ficou foi a surdez profunda do ouvido direito. Tomou anti viral para combater o vírus e outra medicação para o fígado e o baço. Ficou algum tempo na incubadora, depois foi transferida para a unidade de Infecciologia do Hospital Dona Estefânia, ao todo a Beatriz teve internada durante um mês.
Diagnóstico e Tratamento
Assim que chegámos disseram para eu não a amamentar porque tinham de fazer análises ao meu leite, e veio outra terrível notícia, o meu leite também tinha o vírus, tinha que tirar o leite e deitá-lo fora porque não lho podia dar por causa do vírus. Durante esse mês a Beatriz continuou a fazer a medicação e ainda veio para casa com a mesma medicação que tínhamos de ir buscar á farmácia do Hospital da Estefânia, fez essa medicação durante 6 meses e graças a Deus ajudou muito porque a carga viral reduziu muito e o vírus já não causou mais sequelas.
Reabilitação Auditiva
Passado um mês viemos para casa, mas todos meses por vezes mais que uma vez por mês tínhamos de ir ás várias consultas onde ainda hoje continua a ser seguida. Depois de tanto pesquisarem e reunirem os médicos e fazerem testes e estudos sobre este vírus, sangue da Beatriz para fazer despiste de outros vírus e doenças, resolveram operar a Beatriz para lhe colocar um implante coclear no ouvido direito, então no dia 22 de Outubro de 2020 a Beatriz foi submetida a cirurgia para colocar o implante coclear.
No início a Beatriz só ouvia sons tipo apitos, mas 4 anos se passaram, com muitas consultas, programações do processador da fala, porque todos anos e mais que uma vez continuamos a ir ás consultas onde é acompanhada e também tem de ir fazendo a programação do processador ou seja faz exames (com sons mais altos, mais baixos, mais agudos, mais graves....).
Evolução e Acompanhamento
A Beatriz tem vindo a melhorar muito a fala, o equilíbrio, em tudo. Adaptou-se bem ao processador da fala, já lhe faz diferença quando não o tem colocado, porque anda sempre com ele ao longo do dia, só o tira para dormir, tomar banho, na praia, na piscina, nas aulas de educação física... para não se molhar, nem se partir.
Continua a ser acompanhada em consultas multidisciplinares no Hospital da Estefânia.