Este meu primeiro livro, “O Timbre e o Silêncio”, com lançamento previsto para Abril de 2015.
Este meu primeiro livro, “O Timbre e o Silêncio”, com lançamento previsto para Abril de 2015, “acontece” com a mesma espontaneidade com que há cerca de cinco anos, iniciei a partilha dos meus textos poéticos no blog A Barca dos Amantes, lugar onde desde então publico com a regularidade possível, sendo que uma parte substancial se encontra neste primeiro volume que compreende os períodos de Outubro de 2009 a Outubro de 2010.
“Vim dizer-lhes o que sei sobre o trabalho dele, mas achei de maior valia alertá-los sobre a poesia que ele exerce. Saibam desde já que ele vem do horizonte, vestido nu, com as mãos limpas, o peito como janela, a janela em seus olhos, em pleno voo sobre o mar da palavra, tal qual desbravador de nossas emoções mais íntimas e chama-se Breve Leonardo, porém o nome não importa.” escreve Betina Moraes no texto de contracapa do livro; e do que poderei sublinhar, do que importa, são as palavras, “reflexo”, contemplação e diálogo, o não temer “acontecer” palavra… neste caso em livro, primeiro livro, sendo que os próximos volumes muito dependerão do êxito deste “O Timbre e o Silêncio”, desse arriscar, desse acreditar que cada um de vós também escreverá nesta “luz de livro”, apoiando-o!
“Do ornamento e fenda
um pouco de asa de gaivota,
lascada nuvem
que se guarda no vento,
na quebradiça gota de ribeiro oceano,
recolho o timbre.
Recolhidas e guardadas as cordas escritas, devolvo o momento
e espalho em dois ventos desavindos,
a membrana esculpida no brusco céu,
pedaço de astrolábio em movimento.
(…)
Reordenadas estas vozes dentro de mim,
que ao mesmo tempo me fazem sorrir ou abandonar,
tal como no advento em que o sol e a chuva se misturam,
recolho, alquebro os braços,
separo os timbres que se agasalham nas asas dos ventos
adentrados nas folhas de papel salgado, nas
tramas possíveis dos mares. E na
côncava mão do poema, ornamento e raiz
do país que sem fronteira nem traçado
construí na matriz da minha aorta, meu
pedaço de astrolábio em movimento,
incompleto o mapa meu, coordenada escrita em giz,
que ao contrário do que aparenta
há muito já não me pertence.”
excerto de Timbre (2010)
Ana Teresa Sousa
livro fantastico
Espero que este projecto resulte porque são muitas pessoas que acreditam nele
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