Percorrer de Chaves a Faro, os 738 km da Nacional 2, em bicicleta, durante 48H e angariar, 10€ por quilómetro, tentando alcançar o valor total de 7380€. Esse valor reverterá na íntegra para a compra de bens alimentares.
Winter is coming
O setor cultural vive a maior crise dos tempos modernos. A Covid-19 paralisou toda a atividade cultural e artística deixando milhares de trabalhadores desprotegidos e famílias em situação periclitante. A união audiovisual é um grupo informal que presta apoio a trabalhadores do setor através de contribuições de produtos alimentares. Temendo-se que a crise no setor se agrave no inverno, urge continuar a apoiar quem apoia quem mais precisa. Neste sentido, surgiu a seguinte ideia: Percorrer de Chaves a Faro, os 738 km da Nacional 2, em bicicleta, durante 48 Horas e angariar, através de Crowdfunding, 10 Euros por quilómetro, tentando alcançar o valor total de 7380 euros. Esse valor reverterá na íntegra para a compra de bens alimentares.
Manifesto
Quando comecei a função de tour manager nem sabia o que isso significava. Fui percebendo a importância e a responsabilidade ao longo do tempo. Tive que aprender sobre luz, som, estruturas, palcos, segurança, autoestradas e portagens, aviões e comboios, hotéis e restaurantes, vistos e diplomacia, câmbios, fusos horários, línguas, política e geopolítica. Se não chegasse saber quase tudo para que tudo corresse bem, o responsável era eu. Mas tive sorte porque fui estudar ao livro certo. Tive sorte porque aprendi muito com a experiencia do P.L, com a diplomacia do J.N com o espirito de sacrifício do H.N e com a elegância do M.R. Quatro homens que se vestem de preto e que durante o espetáculo são invisíveis. Mas há muitos mais invisíveis. Os que montam e desmontam. Os que passam cabos, disto e daquilo, os que penduram ferro pesado e que arriscam a vida fazendo autênticos malabarismos. Gente que deixa tudo pronto para nós. Os que chegamos depois deles: artistas, músicos, público, e quando todos nós vamos para casa, eles ainda cá ficam. A trabalhar, pois claro. Gente que descansa em cima de caixas rijas, que dorme debaixo de palcos, que não tem horários, mas que está sempre pronta a não dormir para viabilizar mais um espetáculo. Faça sol ou frio ou seja a 400 km de distância. São muitos os que trabalham num espetáculo, mas estes são os que mais trabalham. O show tem que continuar e nós precisamos deles. Eles são invisíveis porque é isso que lhes é exigido profissionalmente, mas, paradoxalmente, tornaram-se na face mais visível da precariedade e do desprezo pela cultura em Portugal. Não vamos deixar cair ninguém. As pessoas não são descartáveis.
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