Gravação do primeiro disco do grupo Fado Violado, "A Jangada de Pedra", reportando-se a metáfora deixada por José Saramago, quando nos propôs, no seu livro homónimo, uma península que se descola do continente.
O disco "A Jangada de Pedra" será, antes de mais, o primeiro do grupo Fado Violado e representará uma síntese do nosso trabalho. Nesta fixação incluíremos alguns dos temas que temos ao longo dos anos apresentado ao vivo, na sua maioria versões de clássicos do Fado, mas também alguns originais e poemas novos sobre fados tradicionais.
Este disco manifestará a nossa perspectiva acerca do Fado, que é para quem não nos conhece, uma perspectica ibérica, foi nossa escola o Flamenco.
Será notória a nossa visão nas versões que fazemos, mas sobretudo estamos curiosos quanto à aceitação por parte do público em relação aos originais que editaremos, pois julgamos que estes congreguem já, através dos poemas, das músicas e dos arranjos, o âmago do projeto.
"A Jangada de Pedra", porque para nós nenhum outro título poderia fazer mais sentido, reportando-se a metáfora deixada por José Saramago, quando nos propôs, no seu livro homónimo, uma península que se descola do continente.
O processo de produção e captação acontecerá em Barcelona durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2015 onde nos rodearemos de outros músicos para fazermos deste disco uma realidade.
Sobre o promotor
O nome Fado Violado deve-se ao facto do projecto não usar a guitarra portuguesa, apenas guitarra espanhola (viola) e de na sua formação inicial ter feito parte também a viola da gamba, mas também à intenção de provocar os espíritos mais conservadores ou despertar a atenção dos espíritos mais aptos à ironia.
Fado Violado, projeto que cruza o fado com o flamenco, nasce em de 2008 das mãos de Ana Pinhal e Francisco Almeida, após uma primeira colaboração de longo termo nos desaparecidos BoiteZuleika.
Ambos do Porto, desde cedo partilharam o gosto pelas artes, particularmente pela música, que acabou por ser o elo de ligação entre os dois. A Ana Pinhal começou por se dedicar à canção Pop, à Bossa Nova ao MPB de forma amadora, até integrar em 2002 os coros de BoiteZuleika, banda com a qual viria a trabalhar até a sua extinção, participação registada no disco “Éramos assim”. O desejo de aprender mais leva-a a frequentar aulas de formação musical e canto. O primeiro contacto com o Cante Flamenco chega pela mão de Francisco Almeida, que por esta altura já andava às voltas com a guitarra. O profundo interesse por esta arte leva-a até Sevilha onde durante três anos estuda na Fundación Cristina Heeren.
Surpreendentemente é em Sevilha, talvez pela saudade, que o fado conquista o coração da Ana e que da comunhão com a guitarra do Francisco faz nascer Fado Violado. Com este grupo apresentou-se ao vivo em Portugal, Espanha, França e Holanda.
Atualmente, além do projeto Fado Violado, é fadista residente na “Casa da Mariquinhas”, no Porto, e no “Fado in Porto”, Caves Cálem, em Vila Nova de Gaia.
O seu companheiro de palcos, Francisco Almeida, começa a sua aventura musical ainda adolescente, integrando várias bandas de garagem, começou por tocar baixo elétrico e por cantar, mas foi com a guitarra que as suas primeiras canções se facilitaram. Aos 20 anos a música desenha-se já como opção profissional, os BoiteZuleika logravam algum êxito com “Cão muito mau” e os pedidos para concertos multiplicavam-se. Nesta altura, Francisco começa a levar o estudo da música e da guitarra mais a sério e em 2003 tem o primeiro contacto com a guitarra flamenca, tendo feito, mais tarde, vários workshops e master classes em Córdova e Sevilha. Aos 27 anos ruma de novo a Sevilha onde durante três anos estuda guitarra flamenca também na Fundación Cristina Heeren.
Atualmente além de Fado Violado, Francisco Almeida acompanha as classes de baile flamenco da professora Catarina Ferreira, no Contagiarte, Porto.