Tornar esta aldeia centenária num modelo eco sustentável, ecológica e independente. Na aldeia do futuro vamos abusar das energias renováveis com qualidade e sabedoria. Participa no projeto e tem lugar na história e no seu desenvolvimento.
A propriedade tem cerca de 30 hectares e possui á entrada as ruínas de uma aldeia com traços da história dos novos cristãos numa zona já conhecida pela existência de judiarias como a do Município de São João da Pesqueira. Esta aldeia encontra-se entre 3 distritos e inclusivamente próxima a Vila Nova de Foz Coa ainda com a história pré-histórica das figuras rupestres e com o vislumbre do Douro Vinhateiro.
O objetivo é criar aqui um modelo de aldeia que use e dependa integralmente das energias renováveis e que aproveite o isolamento, embora esteja á face de da nacional 222, para funcionar de um modo autónomo e ecológico para servir de experiência e permitir ás pessoas que queiram aprender ou simplesmente desfrutar deste ambiente, interagir com esta filosofia e modo de viver.
Para isso é preciso desenvolver algumas questões burocráticas e desenvolver projetos para avançar com uma fase inicial do projeto e que permita ir financiando e impulsionando o desenvolvimento desta aldeia do futuro num lugar com tanto passado.
Como é normal nesta região as construções são em xisto e nesta aldeia existem dez pequenas casas com as dimensões e características da época, em todas falta a cobertura e algumas tem mais ou menos paredes, mas as bases estão lá e apenas precisam ser recriadas e cuidadas sem alterar muito da tradição e história. Também característico é a zona do Douro Vinhateiro e de suas paisagens e clima e esta aldeia ainda tem a peculiaridade de estar no cimo de um monte onde em alguns pontos se tem praticamente uma vista 360º.
Portugal, como muitos países da Europa vive um dilema demográfico muito grande, tanto de população como da distribuição dela e nós que já fomos um país de descobridores e navegantes será que não descobrimos, neste tempo de avanços tecnológicos em todos os campos até com grandes promessas na mobilidade, uma forma de tornar o interior atrativo?
Claro, que não pode ser a qualquer custo nem maneira, se esta descoberta for possível não devemos realizá-la de qualquer maneira ou forma, não devemos nos intrometer nos pucos espaços ainda não lavrados pelo ser humano e poluir tudo pelo nosso caminho. É aqui que nasce este espirito e vontade de aproveitar tecnologias já bem difundidas e que tem se tornado mais económicas e viáveis, e emprega-las num modelo atual de aldeia. Conjunto que pode ser um lugar modesto e coletivo mas dinâmico ao mesmo tempo e bem ao gosto de muitas pessoas que só não vivem essa escolha ou experiência por falta de conhecimentos, de apoio ou de oportunidade.
Com certeza muitos já repensavam as suas existências e se é natural para eles viver num centro urbano, e nos tempos atuais agravados por uma pandemia ainda mais se gerou uma reflexão sobre essas questões. Sobre espaço, subsistência, saúde, economia sustentável, etc… Mesmo as grandes cidades já notaram necessidades de mudanças nas suas concepções e necessidades das pessoas e com as promessas no desenvolvimento da mobilidade, é natural que muita gente prefira um modo de vida mais natural e integrado com a natureza.
Ora, com estes pensamentos em mente e com nossa aldeia ali esquecida, queremos dar essa nova vida a ela. Trazer novas pessoas, equipamentos e experiências para repovoar a Agorreta, é assim que o lugar se chama, dar-lhe mais uma nova vida. À aldeia e ás pessoas que por ela passarem e esperar que este projeto se desenvolva e de alguma forma sirva de experiência e laboratório para este modelo e ajudar numa questão tao atual e necessária.
Embora seja um projeto com equipamentos modernos pretendemos que seja ao mesmo tipo assente num modelo simples. A revitalização desta aldeia passaria pela recuperação das dez moradias baseado neste modelo de autossuficiência e que através de espaço de convívio e formação neste modelo geraria recursos financeiros para desenvolver e manter mais algumas fases deste projeto.
Basicamente, haveria uma comunidade passageira que geraria as condições para instalação de uma comunidade fixa e desta forma natural ir apoiando uma economia local que iria se criando sozinha e mantendo da mesma forma mas baseado em moldes de ecologia e sustentabilidade sem nenhuma pretensão especial de criar um projeto muito excêntrico.